Afinal, ninguém vive de caridade! Todo mundo tem conta pra pagar, filho pra sustentar (ou não!!!)! Mas não é essa a questão que eu venho propor aqui hoje. A ideia é fazer um panorama da delicada relação que o freelancer tem com os seus clientes quando o assunto é inadimplência! Vou tentar nesse artigo comentar os maiores problemas que enfrentamos, quais os recursos e principais dicas pra quem vive arrancando os cabelos sempre que se aproxima o 5º dia útil do mês!
Putz, ontem foi dia 5 cara!? Esqueci completamente do seu pagamento!
Quem já passou por esse tipo de situação aí levanta o mouse! \0/ Todo mundo né!? Enfim, é algo que acontece mesmo! Seja você empresário ou autônomo. Segundo o SERASA, no último ano, o número de inadimplentes no Brasil ficou em torno de 10,5% no comércio formal. Só que esse cenário muda completamente quando somos transportados para o universo do freeelancer! Não estou aqui fazendo uma cruzada contra os clientes. Muito pelo contrário. Como disse o ex-Presidente Lula no seu filme. “Ninguém aqui é contra o patrão, afinal, são eles é que pagam o nosso salário“. E é justamente nessa linha-mestra que eu quero manter esse artigo. Meu objetivo aqui é passar a minha experiência de pouco mais de 3 anos como autônomo e como eu reduzi a minha taxa de inadimplência para menos de 5% dos pagamentos mensais. Sendo esses pagos com um atraso de no máximo de 20 dias após a data de vencimento. Vamos lá que eu explico!
A Gênesis da cobrança!
Eu tinha 6 clientes quando comecei a minha vida de freelancer em 2008. Os pagamentos eram mensais em contrato fixo de um ano! Os valores das mensalidades eram EXATAMENTE IGUAIS. Uma tremenda burrada! Eu nunca sabia quem pagava ou deixava de pagar. Passava dias esperando um telefonema do(s) cliente(s) inadimplente(s) justificando a falta do seu pagamento. Só assim eu identificava quem estava “pendurado” comigo. Nessa época os pagamentos eram feitos baseados em depósitos não identificado. E eram assim porque eu não tinha nenhum sistema nem estrutura para isso.
Depois de um tempo eu comecei a enviar um e-mail de “lembrança de pagamento“, no estilo “Olá, sr. Fulano de Tal, lembramos que no dia 05/04 vence a sua mensalidade…“! Uma verdadeira comédia! 😉 Mais ainda sim os atrasos dentro do mesmo mês reduziram bastante e foi assim até o período de renovação, além da entrada de novos clientes.
Reformulando o processo de cobrança
Vamos partir da premissa que todos os trabalhos precisam de um contrato, certo? Todo mundo já sabe disso não é mesmo!? É mas não é assim na prática! Eu mesmo no começo não tinha contrato nenhum assinado com os meus clientes. Tive que esperar um ano até as primeiras renovações acontecerem para colocar tudo “preto no branco”!
Com contrato, ambas as partes sabem dos seus Direitos e Deveres e o risco de aborrecimento (na maioria das vezes) é bem menor na relação! Aprendi com o meu amigo André Barcellos da Izanagi Interativa que alguns itens são essenciais e devem fazer parte de todos os nossos contratos. Veja abaixo a relação de alguns deles:
- Descrição de TODOS os serviços contratados;
- Os nomes da equipe envolvida no projeto (mesmo os terceirizados);
- Descrição da tecnologia prevista envolvidas no projeto;
- Informações sobre o Direito de imagem e sua divulgação;
- Dados das formas e datas de pagamento, bem como a política de inadimplência com multa e taxas incidentes;
- Informações da metodologia de criação e política de aprovação;
- Prazos de entrega.
Uma vez que adotei os contratos como política de trabalho, até o lado “comercial” cresceu! E tive um aumento no número de clientes de 100% em relação ao ano anterior, e conclui que eles se sentiam mais à vontade e seguros ao optarem pelos meus serviços uma vez que estávamos assegurados por contrato!
Uma outra opção é consultar um advogado ou até mesmo um contador para ajudar nessa questão. #FikaDika
Mas e na hora de pagar?
Também foi nessa época que eu decidi que deveria correr atrás de um sistema de cobrança mais eficaz e então eu encontrei a empresa Boletomail. O serviço é bem simples, porém poderoso! Nele, a gente cria contas para cada um dos nossos clientes e informa os valores mensais, datas de vencimento, que uma vez acionada pelo sistema, gera o respectivo boleto bancário com código de barras e envia para o(s) e-mail(s) cadastrado(s). Tudo AUTOMATICAMENTE!
A vantagem é o código chamado “nosso número” que identifica aquele cliente que efetuou o pagamento. O mesmo pode ser feito na rede bancária (incluindo Internet banking) ou em qualquer casa lotérica até a data do vencimento.
Para toda essa maravilha funcionar, é preciso habilitar a “carteira 06” junto ao seu banco. Essa funcionalidade é da conta “pessoa jurídica”, porém ajustável em contas “pessoa física” também, que é o meu caso. Eu tive um bocado de trabalho no começo com o meu banco (Bradesco) que ficou de #mimimi com o assunto. Afinal, eles também possuem esse serviço, só que é infinitamente mais caro! Para ver um relatório dos pagamentos no Internet banking por exemplo, é preciso entrar no site do Bradesco Pessoa Jurídica e acessar o relatório de cobrança. (Saiba se o seu banco possui esse serviço, entre em contato com a empresa)
No meu plano na Boletomail eu “pré pago” por um lote de até 200 boletos gerados e enviados num período de até 6 meses, sendo que o saldo é acumulativo! Só para vocês terem uma ideia de como funciona, e semestre que eu mais gerei boletos foi entre maio e novembro de 2010, com 146 envios e eu tinha 13 clientes nessa época. É uma solução bem legal, possui um ótimo suporte e fácil de usar. Seu boleto fica com o seu logotipo personalizado e na data configurada o sistema faz o envio sozinho e você só age quando precisa enviar uma 2ª via algum tempo depois.
E para os clientes sob demanda?
80% do meu trabalho é voltado para os meus clientes fixos que fazem pagamentos mensais de um ano, mas eventualmente surgem projetos sob demanda que ainda sim requer cuidado na hora da cobrança. Eu optei então pelo PagSeguro. Um gateway de pagamentos on-line do grupo UOL, onde eu envio uma cobrança individual para o e-mail do cliente e esse pode parcelar o valor da forma que quiser (depende do valor comercializado – vide tabela junto ao PagSeguro).
Aceita todos os cartões de crédito, transferência eletrônica e boleto bancário. A vantagem para mim é que eu recebo à vista, 14 dias depois de concluído o pagamento deduzido das taxas (vide também tabela no PagSeguro). É simples, é rápido e fácil para o cliente. O que é uma ótima opção uma vez que ele não é fixo e a gente não tem tempo a perder com burocracia!
E para finalizar, faça a sua parte!
Lembrem-se que não é só o cliente que tem a obrigação de pagar pelo nosso serviço, mas nós também precisamos cumprir os prazos acordados nos contratos! E nesse quesito tem muito freelancer que ainda deixa a desejar por aí!
Tenha metodologias de trabalho claras, datas bem definidas e pensadas dentro da realidade do seu momento atual no ato da proposta. Seja sincero com você mesmo sempre quando orçar um trabalho!
Bem galera é isso! Espero que tenham gostado das dicas!
Abraços e até o próximo artigo galera!