Acabei de assistir o filme O Impossível (do original ‘Lo imposible’) e confesso envergonhado que estou com o corpo todo dolorido por causa da tensão.
Digo envergonhado porque não me sinto digno de sentir dor depois do que assisti. Esse filme conta a história real de uma família que vai passar as férias de inverno na região de Khao Lak na Tailândia e se vê separada por uma devastador Tsunami no dia 26 de dezembro de 2004.
De um lado da ilha, Maria, a mãe, e seu filho mais velho Lucas, enquanto o pai, Henry e seus dois filhos Simon e Thomas, noutra parte da ilha tentam sobreviver em meio a destruição provocada pelo intenso abalo sísmico do oceano Índico em 2004.
Pensar numa situação como essa já em si é assustadora. Imaginar quanta dor, desespero e falta de esperança em que cada uma dessas pessoas viveu já me dá um enorme nó no estômago. Chorei boa parte do filme só de acompanhar a agonia dessa família durante todos os fatos seguintes a tragédia, e claro, não consegui fugir ao pensamento “e se fosse comigo e minha família?”
Essa realidade me fez olhar para a minha família aterrorizado em ter a consciência de que somos muito frágeis e de quanto é importante e poderoso o laço família e do amor. Pois foi exatamente isso que os salvou: a poderosa ligação que existia entre eles.
Claro que não posso deixar de citar quantas histórias de outras famílias foram ceifadas por essa tragédia. Num depoimento da mãe maria, ela disse que mesmo com a sua família salva, ele jamais esquecerá a agonia estampada nos rostos das pessoas enquanto estava sendo salva, e é exatamente nisso onde eu quero chegar. Essa história acontecem em 2004, e poucas pessoas tinham conhecimento até ela ser contada nos cinemas. Nós precisamos nos voltar sempre para a fragilidade da vida e como é importante vivermos em busca constante para estarmos em paz com os nossos semelhantes.
Tudo passa muito rápido, e essa regra vale para todos, sem exceção.