Pai

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Sidney,
Cid,
Cidinho,
Charuto,
Chachá,
Vovó Chachá,
Pai.
Meu pai.

Minha existência tem a marca da sua presença,
Gostando ou não,
discordando quase em tudo,
não importa.

Boa parte de quem eu sou passou por você.

Sou desenhista por sua causa.

Sempre quis imita-lo em tudo.
Sua caligrafia,
sua lógica e raciocínio rápido.
Seu capricho.

Boa parte da minha infância e adolescência eu o imitei esperando a sua aprovação.

Mas a vida nos levou para lugares distintos depois de 17 anos convivendo juntos.

Você se mudou com a nossa família e eu fiquei.

Casei,
Tive filhos
e construí a minha família.

Nossas diferenças nos afastou,
Mas quanto mais eu envelhecia,
mais parte de mim me ligava a você.

Foram 10 anos de afastamento.
Uma década perdida nas nossas vidas,
mas que felizmente, recuperamos.

Hoje,
você não está mais aqui conosco.

Mas cada vez que eu pego uma caneta ou um lápis e escrevo num papel,
lá estará a sua mão me acompanhando.
Me guiando a traçar nova linhas
e me ajudando a criar novos desenhos.

E assim você estará vivo dentro de mim.

Adeus Sidney.
Adeus Charuto.
Adeus pai.

Beijo do seu filho de cabelo Romeu.