A série “House of Cards” ensinando o que são as novas mídias

Publicidade

Na quinta-feira (14/02/2013) o amigo @NerdPai tweetou como se fazia para habilitar o download de nossas mensagens no Twitter. Segui as suas orientações e na mesma hora troquei o idioma para a versão em inglês, e surgiu o tal botão que ele mencionou para baixar as minhas mensagens.

Eu criei uma conta no dia 11 de setembro de 2007, mas só comecei a usar efetivamente em no dia 9 de novembro e foi bem engraçado ler como eu usava a ferramenta na época. Claro que depois disso eu acabei pensando em como TODOS nós mudamos depois da explosão das redes sociais há quase 10 anos.

Eu mesmo estava buscando o meu lugar ao Sol trabalhando numa pequena agência de comunicação como webdesigner sem ainda entender o que estava acontecendo na Internet. Blogs e redes sociais ganhavam força e cada vez mais apareciam na “grande mídia” como nova tendência do mercado e não da sociedade.

Como diz o mestre Carlos Nepomuceno, nós vivemos a era da “nova Revolução Industrial”. TUDO mudou desde que as pessoas comuns ganharam voz na web! Assim como na época em que a Bíblia Sagrada foi traduzida do Latin pelo Martinho Lutero e deu origem ao Protestantismo, os blogs e as redes sociais estão fazendo história.

Mas é preciso entender que o atual momento está em construção MESMO! E nessa ebolição, é preciso fazer muitas reflexões sobre o passado, o presente e o futuro da nossa sociedade.

“Não podemos usar velhos mapas para descobrir novas terras”

A frase acima do mestre Gil Giardelli mostra que nós precisamos pensar diferente. O jeito atual não é mais compatível com a nova sociedade ou a nova economia. As pessoas vivem diferente, se comunicam de forma diferente e claro, compram de um jeito diferente. Expressões como “social commerce” crescem a largos passos todos os dias, mas eu me pergunto: É um caminho sem volta? Precisamos mudar efetivamente TUDO!?

Sim e não!

Sim porque não há mais como voltar ao estágio anterior. O consumidor já não se relaciona como antes com suas marcas e empresas. Ontem a amiga Patrícia Moura tweetou sobre  o caso de uma consumidora que deu queixa na Polícia de Maricá (RJ) porque o restaurante Habbibs serviu para ela um sorvete de duas bolas que ela desconfiou estar abaixo do peso indicado no cardápio.

Depois de muita confusão e bate-boca ela conseguiu que a Polícia pesasse o produto e constatou que o mesmo estava com quase a metade do peso cobrado (de 200 gramas só foi servido 66). O caso foi parar no advogado e claro, nas redes sociais, que já contam com mais de 100 mil “curtidas” e 50 mil compartilhamentos. Por mais exagerada que eu ache a atitude da consumidora, ela é legítima e casos iguais a esse acontecem todos os dias.

Agora, quando eu digo não para mudar tudo completamente, eu estou me referindo novamente ao conceito levantado pelo professor Nepomuceno. “Tudo está sendo reconstruído”, e toda e qualquer mudança radical nos formatos já existentes nas relações entre empresas/marcas e consumidores é precitada. O que é consolidado é que nada é mais como antes e a comunicação com o público consumidor, seja ela qual for, precisa mudar. E é nesse momento é que trago os exemplos da série “House of Cards“.

Na política, no jornalismo ou no balcão das lojas, a distância até o público é curta e o alcance é grande

Para quem ainda não sabe do que se trata, House of Card é uma web série exclusiva do site Netflix, serviço de streaming de vídeo americano com presença no Brasil desde o ano passado. A história se passa nos Estados Unidos e tem como protagonista, Francis Underwood, um congressista norte-americano que não foi escolhido para o cargo de Secretário de Estado, e então começa a usar sua inteligência e influência para se vingar do partido e todos os envolvidos nessa trama.

A série é recheada de situações sem escrúpulos e mostra um cenário muito atual do mundo da política e jornalismo nessa era digital. Para exemplificar eu trouxe aqui três passagens bastante interessantes que podem ilustrar esse conceito, e que eu uso como argumento central desse artigo. Cada dia estará mais difícil manipular as pessoas, seja ela eleitor, espectador ou consumidor.

“Atualmente, falar com uma pessoa é como falar com mil”.

Tomando o cuidado de não lançar nenhum “spoiler” da série, o primeiro vídeo mostra a repórter novata Zoe Barners recusando a oferta de uma promoção do seu editor alegando ser entediante e que limitaria a sua expressão jornalistica calcada na liberdade via Internet. A frase dita pela jornalista mostra claramente como é a relação ainda atual entre uma instituição grande e uma pessoa comum, e como um simples tweet pode causar reações inesperadas anteriormente.

Sobre o modismo das novas mídias versus jornalismo sério

Já no segundo vídeo, o editor vai conversar com a dona do Jornal em que Zoe trabalhava e tenta argumentar sobre a sua saída. Ele é claramente um profissional “institucionalizado”, que ainda pensa que as grandes corporações influenciam e ditam comportamentos e não a sociedade.

Liberdade que limita

No último vídeo nós vemos que Zoe ainda tem uma certa dificuldade com a liberdade de expressão. Já trabalhando num novo tipo de jornal é muito interessante ver que as amarras invisíveis ainda estão nela, mesmo sendo livre.

Para mudar de verdade, comunicar é o caminho

A conclusão que eu cheguei ao assistir essas três cenas é que não é fácil mudar. São anos e anos em que a sociedade evoluiu muito tecnologicamente, mas pouco como sociedade mesmo. Não só as empresas têm muita dificuldade de entender o momento atual, mas como a própria sociedade em si. Ela mesmo não sabe ainda o que quer, porém sabe o que NÃO QUER!

A sociedade não tolera mais ser enganada. A cada dia mais as pessoas enfrentam com mais vigor e abrem jurisprudências desse comportamento 2.0.

Cabe à nós profissionais do mercado, evangelizarmos TODOS OS DIAS os nossos clientes a importância de uma boa comunicação. Nossa obrigação é fugir do comércio de quanto mais “like no Facebook” e mais “seguidores no Twitter” melhor. É preciso se comunicar com o  consumidor em busca de aprimoramento e só então, desenvolver soluções adequadas para eles.

Quanto ao Francis Underwood, chegará a hora dele entender isso também. Assim como as grandes instituições, ele é um congressista e levará tempo para ele aprender, e enquanto isso, nós nos divertiremos às suas custas assistindo a série, que tem grande potencial.

Até o próximo artigo!

😉