A susbtância

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Defintivamente, esse filme não é para todos!

A alegoria surreal dele pode causar muito estranhamento para muitas pessoas que não conseguirão enxergar a óbvia crítica da cultura tóxica sobre o corpo perfeito da mulher, e como a sociedade é etarista quando se trata de uma mulher com um certa idade.

Mesmo a crítica sendo bem na nossa cara, ainda sim, não será todo mundo que conseguirá tirar lições daqui.

Soma-se isso ao horror corporal, aí então, é para separar mesmo o público!!!

Mas se você conseguir passar por cima disso tudo, esse filme fiacará contigo durante horas, dias, semanas e talvez você nunca mais o assista novamente, mas você não esquecerá a lição aprendida aqui!

A premissa

(Disclaimer: não, isso não é spoiler, tá tudo no trailer!)

O filme conta a história de Elisabeth Sparkle (Demi Moore), uma atriz que ganhou um Oscar no passado e foi bastante famosa na época, e hoje atua na indústria audiovisual num programa de TV de ginástica para mulheres de meia idade como ela.

Ela vive infeliz com a sua aparência, com o fato de não ser mais reconhecida e não ter fama, e descobre casualmente que seu chefe, Harvey 😉 (Dennis Quaid) está decidido em demití-la e susbstituí-la por uma mulher mais nova e “gostosa”!

Então ela sofre um acidente de carro e no hospital ela descobre que existe uma substância que permite criar uma versão dela mais jovem, e então ela decide experimentar. 

Nasce então a Sue (Margaret Qualley), a sua “nova eu”!

A direção

A susbstância é dirigido e escrito pela Coralie Fargeat, seu segundo filme. Antes ela fez o elogiado filme Vingança (Revange) de 2017.

A forma como ela filma sufoca o espectador, que sente na pele a angústica, o drama e o peso das ações de todos os personagens. Há planos super próximos que mostram todos os detalhes enrrugados e lisos de suas peles, ao mesmo tempo que existem outros planos bastante abertos com linhas simétricas (analogia à perfeição dos idealizados corpos perfeitos femininos) que lembram composições que o Stanley Kubrick fazia com linhas oblíquas e cores saturadas.

Atuações

Margaret Qualley está excelente! Ela é radiante, lindíssima, sua personagem mostra claramente que se apaixona pelo seu corpo e a atriz tem um magnetismo natual.

Mas a estrela do filme é a Demi Moore!

Ela é a atriz perfeita para o papel, pois não há ninguém na indústria que tenha sofrido mais o que a personagem dela sofreu, e pelos mesmos motivos.

A performance dela é assustadora!

A imagem a seguir faz parte de uma cena assustadora onde ela não diz uma única palavra sequer e você sabe exatamente todo o drama que ele viveu a vida toda nessa cena!

Conclusão final

Os 20 minutos finais são desnecessários.

Eu entendo que para a diretora, a escalada das personagens precisavam atingir um nível tão surreal quanto a sua premissa, mas eu acredito que esses 20 minutos finais passaram um pouco do ponto, mesmo tendo coerência.

De qualquer forma, a Substância é uma crítica mais do que necessária.

Ele é tão cruel na sua crítica quanto a cultura do corpo perfeito é para as mulheres!

Recomendo!