Esse ano a corrida da campanha eleitoral está mais curta, ótimo para quem usa a máquina administrativa para se perpetuar no poder, mas enfim, são as regras do jogo.
A data de início oficial aprovada pelo TSE foi dia 16 de agosto de 2016. Isso dá quase dois meses para sair às ruas, falar no rádio, na TV, e na Internet. Ou seja: não dá tempo se fazer nenhum debate profundo com a sociedade para os candidatos. E claro, menos tempo ainda para o eleitor fazer suas reflexões.
Isso sem falar que hoje em dia a população além de conviver com os infinitos escândalos noticiados diariamente na mídia, ainda vive em pé de guerra com a polarização de filosofias políticas. O brasileiro se acostumou mal a tratar política da mesma forma como torce por futebol. Seu time é tudo e o adversário é nada! Pra mim nem o futebol mais faz sentido assim, que dirá a política!
Temas que eu julgo importante
Educação — Tenho dois filhos adolescentes e ambos estão numa escola particular, mas ainda sim, considero educação pública o principal tema de qualquer discussão política. Todo mundo sabe disso, mas pouco se faz e se fez por isso durante toda a nossa história.
O que vemos nos últimos anos foi a criação de uma geração “analfabeta funcional” instituída na “aprovação automática” (ou Progressão continuada), que faz com que as nossas crianças não tenham foco, meta, tampouco, motivação para estudar. O resultado é uma geração que não sabe interpretar textos, lê e escreve muito mal, portanto, entrará incapaz no mercado de trabalho. Ou seja: perspectiva zero.
Emprego — Sem dúvida nenhuma, nunca se viu um momento tão sem esperança desde quando votamos pela primeira vez pra presidente em 1989. O Brasil é o 7º colocado em desemprego num ranking com 51 países, e os dados ainda serão inflados no próximo trimestre.
Saúde — Só quem precisou ser atendido numa instituição pública de saúde pode dizer o quanto a gestão pública nesse segmento é ineficaz, e insensível com quem precisa de cuidados médicos. Falta de profissionais, hospitais desaparelhados e descaso com os pacientes são os principais problemas nesse setor.
Segurança — Ou melhor, a FALTA DE. O carica sabe que não está fácil caminhar pela cidade sem ser correr risco de ser assaltado ou encontrar uma bala perdida. Nesse assunto, até o nosso atual prefeito concorda.
Transporte — Todo mundo na cidade do Rio de Janeiro sabe do cartel das empresas de ônibus, mas pouco se comenta e a população continua abarrotada nos BRTs que rodam pela cidade. Desconforto, atraso de intervalo, falta de manutenção, enfim, ir e vir do trabalho está cada vez pior na cidade maravilhosa.
Quem eu não votarei nem a pau
Se tem uma coisa que todos concordam nessa eleição é que certamente ela tem o maior número de candidatos com alto índice de rejeição da história política recente. Eis a minha lista:
Pedro Paulo — Sem chance. O cara agrediu DUAS vezes a sua esposa. É indiscutível. Ele já era pra estar inelegível!
Jandira Feghali — Eu mesmo já votei nela outras vezes quando eu ainda acreditava no PT e suas coligações. Seu posicionamento pró Dilma e Lula só aumentaram a minha rejeição.
Flavio Bolsonaro — Não há o que discutir quando o assunto é a “Família Bolsonaro”.
Quem eu poderia votar
Alessandro Molon — Também já votei nele algumas vezes. Sempre foi um político atuante e que mostra o seu trabalho na Internet de forma clara e informativa, e foi muito bem nas suas participações nos debates recentes.
Marcelo Freixo — Era o meu candidato natural para essa eleição. Tem posicionamento aberto, reflexivo e contundente. Sempre gostei da sua coragem, postura, oratória e atuação. Minha preocupação é com o partido PSOL que tende ao radicalismo. E isso sempre me incomodou mesmo já tendo votado nele.
Então surgiu algo Novo
E eis que eu conheço o Partido Novo. Apesar de ser mais uma legenda e ainda ser um partido pequeno, sua proposta é bem simples e clara. Criado por cidadãos comuns que nunca foram políticos, mas que sabem que não há saída fora da política e por isso criaram o Novo.
Com foco na diminuição de impostos, uso de inteligência e tecnologia para uma boa gestão do dinheiro público, o Partido Novo me pareceu uma alternativa agradável e inteligente.
Mas aí vem a grande questão: Como fazer a diferença, optando por um partido com tão pouca expressão? Não é mais eficaz optar pelo chamado voto útil? E foi exatamente nesse tema que a candidata Carmen Migueles conquistou o meu voto!
É preciso votar baseado na sua convicção, não no resultado da campanha ou da pesquisa. Não devemos votar em time que está ganhando só para nos sentirmos “parte da conquista”. É preciso optar por uma filosofia de valores, por um ideal. Caso contrário tudo ficará igual se você votar no menos pior. Foi assim que chegamos no cenário político atual.
Não importa se a minha candidata não aparece nas pesquisas porque não alcançou 1% das intensões de voto. Não posso dar a minha convicção para um candidato que eu não quero votar só para achar que ajudei a eleger alguém que não faz parte do meu rol de rejeitados. É preciso manter o foco eleição após eleição e tentar mobilizar as pessoas de que isso é o certo a ser feito.
Por isso, esse ano eu vou fazer um ‘boot’ no meu voto!
Vou de Partido Novo, 30!
Update
A Carmem publicou um sensato comentário no seu Facebook analisando o comportamento do eleitor carioca que vale muito a leitura.
Esse ano eu vou fazer um ‘boot’ no meu voto! was originally published in Eleitor Virtual on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.