O dia de ontem foi cheio de sentimentos conflitantes.
Parte de mim se sentia vingado por sua condenação,
outra parte de mim ficava triste por tudo o que aconteceu desde que o “Gigante Acordou” em 2013,
e eu segui o meu dia com os conflitos dentro de mim.
Depois um amigo mais próximo me chamou no WhatsApp e me perguntou:
“E aí? Gostou da condenação?”
Confesso que eu não soube o que dizer para ele na hora.
Mas foi só quando a minha filha Analice (sempre ela!) que estava comentando comigo sobre o assassinato do influencer Charlie Kirk nos Estados Unidos, e eu disse que eu lamentava e achava tudo isso muito triste.
Dei os meus argumentos para ela falando que todos nós somos influenciados por todos os lados, familiares, vizinhos, colegas de trabalho e escola, e agora nas redes sociais isso é muito pior.
E claro, que ela já sabia disso!
Mas ao reafirmar que ele foi vítima daquilo que ele mesmo pregava e eu lamentava, logo depois ela me perguntou:
“E se fosse o Bolsonaro? O que você acharia?”
Mais uma vez, eu não esperava por essa pergunta e eu me vi no mesmo dilema de antes e eu concluí:
Eu não posso ser aquilo que eu combato filha.
Aceito a condenação dele, mas não comemoro.
Aceito em nome dos 700 mil mortos na pandemia,
aceito pelo luto dessas famílias,
aceito por todas as pessoas LGBTs, negros, indígenas e todos os perseguidos.
Aceito, mas lamento que parte de nós tenha se corrompido pelo sentimento vendido de preconceito, ressentimento e rancor.
Depois que ela saiu, eu ruminei ainda mais os meus sentimentos, e 2 vídeos me confortaram:
E para terminar, deixo a frase da música Tendência de Jorge Aragão e Dona Ivone Lara:
“Não me comove o pranto de quem é ruim!“
E por fim, quero citar o Paradoxo da Intolerância de Karl Popper:
“Se tolerarmos os intolerantes, a própria tolerância é destruída.
Impor limites não é contradição.
É condição para que a democracia viva.“