Antes de começar a assistir o filme, fui para o Twitter perguntar a opinião dos meus seguidores. Confesso que não sabia NADA sobre o filme, Apenas sobre o fato que ele levou 12 anos para ser rodado. Eu tinha um enorme pé atrás em assisti-lo, mas não tinha a menor ideia do porquê.
Então o amigo Lucas me respondeu gentilmente as suas impressões e me enviou um link com uma resenha em vídeo e lá descobri o motivo do meu distanciamento pelo filme. Ele era dirigido Richard Linklater, o mesmo da “trilogia do antes” (‘Antes do amanhecer’, ‘antes do por do sol’ e ‘antes da meia-noite’), que eu simplesmente detesto, e então realizei o meu confuso sentimento que eu tinha pelo filme. Parte de mim queria assisti-lo pela curiosidade do seu formato, e outra parte se afastava cada vez mais, mas sem saber o motivo.
Tudo bem, eu entendo a proposta do trabalho do Linklater. Juro, entendo mesmo. Sei que a vida é muito diferente dos filmes, e que não temos frases marcantes, nem acontecimentos tão impactantes como vemos nas telas e os filmes Linklater contam com muita sensibilidade as coisas importantes do nosso cotidiano, sem efeitos especiais, trilhas sonoras do John Willians. Juro, eu realmente entendo a sua proposta. A questão é que eu simplesmente não sou impactado por isso! Eu assisto um filme justamente por essa magia técnica, e quando assisto algo tão trivial assim, eu simplesmente não me identifico.
Ok, mas vamos falar de Boyhood. Na minha humilde opinião, se esse filme fosse filmado num processo cinematográfico normal por 1 ou 2 meses, ele não teria o mesmo ‘hype’ que tem hoje. Eu simplesmente não vi justificativa para levar 12 anos de produção. Como projeto, achei corajoso, e sim, acho que à princípio, a ideia era original e ousada. Mas o resultado na tela é absurdamente abaixo de inovador. O filme é entendiante. Assisti as 3 horas e 24 minutos esperando a cada cena algo realmente importante e o que vi, foi uma rotina entendiante e sem perspectiva nenhuma. Ok, o meu amigo Lucas vai dizer assim para mim: “mas é essa proposta do filme! É mostrar que a vida não é um filme.” Então eu direi para ele: Não é isso que eu espero ver num filme!
Sei da legião de pessoas que gosta da proposta do diretor. Admito que ele tem personalidade e faz aquilo que ele acredita. Eu eu concordo com isso. Eu só não acho que ele inovou NADA ao levar 12 anos nesse projeto. As interpretações são fracas (inclusive da Patricia Arquete!), os diálogos são muito rasos e no fim, o filme não me deixou mensagem ou reflexão nenhuma. Mas aí o meu amigo Lucas vai argumentar novamente: “É essa a mensagem do filme. Que nós ficamos esperando esses momentos a vida toda, e que o Mason resumiu dizendo que a vida é uma constante e nós é que somos a variável.”.
Então eu responderei para ele: Not this time friend.