Nós pais de crianças do espectro autista, vivemos sempre uma batalha por dia. Conviver em sociedade com tantas dúvidas e incertezas é um grande desafio. E sempre que surge na mídia algo que possa trazer conhecimento sobre a nossa vida e sobre os nossos filhos é quase sempre um alento. Eu disse ‘quase’ porque algumas vez a intenção é até boa, de verdade, mas o resultado nem sempre atinge o objetivo: conscientizar a sociedade.
O caso de hoje é o curta-metragem ‘Espectro’, que apesar de de sido feito em março de 2014, só agora tomei conhecimento dele. Minha esposa indicou o link e pediu a minha opinião. Eu assisti os quase 15 minutos duas vezes e realmente não fiquei satisfeito com o resultado final.
Mas antes da minha crítica, vamos aos pontos positivos
SEMPRE acho que ainda sim, a produção do vídeo fez bem ao retratar a realidade do universo autista. É MUITO importante que esse tema seja abordado. Quanto mais pessoas tomarem conhecimento, mais esclarecida será a sociedade, ainda mais num filme com cinematografia tão elevada, pois chama bastante a atenção.
O fato da óptica do tema ser sobre o comportamento dos pais, e não da criança, também é um ponto mega positivo. Sem equilíbrio dos pais, jamais uma criança poderá viver saudavelmente, principalmente uma criança autista. A questão que me deixou insatisfeito é justamente o maior argumento descrito no vídeo: a “sutileza”.
A crítica sobre o filme
No meu entender, usar a ‘metáfora’ como narrativa, confunde o espectador leigo. Eu digo metáfora porque toda a história proposta do filme é uma imaginação da mulher, que durante o vídeo, nós achamos que é a mãe do menino Bruno, o autista em questão. Dessa forma, o curta-metragem deixa cumprir o papel de esclarecedor, e entrega algo ainda mais confuso para a sociedade.
Eu entendo que ao contar uma história, todo cineasta tem livre expressão para criar a sua narrativa. A questão que falta é justamente não entender o que cerca esse universo. O resultado final é um filme que não explica nada e só mostra um drama familiar, que apesar de muito importante de ser mostrado, é apenas a ponta do ‘iceberg’ desse tema.
Infelizmente, uma produção tão bonita, criada por produtores nacionais que poderia entregar uma peça eficaz na conscientização da sociedade, falha por ser ‘sutil’ demais. Uma pena.
De qualquer forma, convido vocês a assistirem o vídeo abaixo e tirem as suas próprias conclusões. Aguardo suas opiniões nos comentários.