Motivado pelo vídeo do meu amigo Roney Belhassof, e agora passados 21 dias da morte de Steve Jobs, eu decidi escrever as minhas impressões sobre o legado do fundador da Apple, mas sob a óptica de um usuário PC. Quero mostrar nesse artigo que mesmo não sendo um evangelizador da plataforma Mac, todos nós de uma forma ou outra, fomos atingidos pelo carma desse grande CEO da minha geração.
Muito além da tecnologia
Eu li o livro “A cabeça de Steve Jobs” e pude perceber outros detalhes além dos iPhones que Jobs era um cara único. Mas eu não quero falar sobre as suas criações, nem sobre os seus relacionamentos pessoais ou de trabalho. Quero focar apenas na mensagem, na história de vida. Para mim Jobs foi antes de tudo um predestinado, que seguiu as suas convicções e abriu mão de tudo que nós, seres humanos normais não abdicamos, como família, estabilidade, zona de conforto. Jobs caiu na vida e desde sempre, aos trancos e barrancos, mostrou a que veio: ele queria mudar o mundo! E mudou.
Numa busca rápida no meu blog, vocês vão encontrar muitas passagens dele em vários de meus artigos. Mas para mim o que fica é o discurso em Standford. Jobs fez uma análise impecável sobre a sua própria vida e deu para todos nós o maior legado. Esqueçam o Macintosh lançado no intervalo do Super Bowl. Aquele do comercial que foi dirigido pelo Ridley Scott e arrebatou uma multidão fazendo um paralelo entre um computador pessoal e o livro 1984 de George Orwell.
Esqueçam os sucessos da Apple
Esqueçam que Jobs salvou a sua ex empresa lançando um computador colorido e translúcido e tirou a Apple do buraco depois de ter sido expulso pelo próprio John Sculley, presidente que Jobs contratara da Pepsi tempos antes. Esqueçam que ele desenvolveu o iPod e ultrapassou em pouquíssimo tempo o case de sucesso da Sony, o Walkman. E que esse mesmo aparelho se transformaria em iPod Touch evoluiria em seguida para o bicho-papão iPhone, que mudaria pra sempre a forma como lidamos com telefonia.
Esqueçam que quando todo mundo já dava Jobs como vencido, que não inventaria mais nada, ele surge com iPad e muda novamente a indústria fazendo com que todas as marcas corram enlouquecidas para as suas pranchetas de trabalho a fim de inventar os seus tablets para não perderem suas fatias no mercado. Esqueçam tudo isso e concentrem-se no próximo parágrafo.
Stay hungry, stay foolish
Foi com essa célebre frase (que não é de sua autoria e sim da publicação “The Whole Earth Catalog”), que Jobs deixou boquiabertos os alunos de Standford e entendo que essa é a maior lição dele que fica para mim.
Determinação, ascensão meteórica, queda e depois renascimento. Reconhecer que a melhor coisa que podia ter acontecido na vida dele foi ter sido expulso da Apple é uma visão que poucos conseguem fazer da própria vida.
O vídeo desse discurso me inspirou a fazer essa mesma análise sobre as minhas experiências e eu escrevi um artigo sobre essa visão. Eu acredito realmente em cada palavra que eu disse no meu artigo, e quando ouço Steve Jobs no vídeo dizendo que “o tempo é limitado, não desperdicem” eu chego a conclusão que ele abriu mão de uma vida comum fazendo com que os seus relacionamentos fossem tão conturbados, tanto os pessoais, quanto os profissionais.
Mas e a relação PC e Mac do título?
Ao contrário da enorme maioria dos artigos que eu li na web sobre a morte de Steve Jobs, eu não sou usuário Mac. As únicas coisas que eu tenho da Apple aqui é um iPod Touch 2ª geração (que eu comprei de um amigo meu), O iTunes e o Safari for Windows. Vi muitos usuários PC desdenhando o fato de não terem sido impactados por nenhuma criação de Jobs pelo simples fato de terem em suas máquinas o sistema operacional Windows. Quanta ignorância!
Se você pensa da mesma forma, lembre-se que o fato de você estar lendo um blog hoje, tenha em mente que tudo começou num laboratório da CERN, num computador da NEXT, empresa que Jobs criou depois que saiu da Apple, e nele havia um sistema operacional que um dia seria o iOS que habitam os Macs até hoje.
Pensem nisso e agradeçam ao Jobs.
😉