(Resenha com alguns ‘spoilers’. Leia por sua conta e risco!)
Depois de seis anos fazendo a minha lista de favoritos de melhores filmes do ano no Oscar, agora eu vou falar também de algumas outras categorias, e eu quero começar esse artigo ressaltando algumas características dessa edição.
Para começar a falta de representatividade nas indicações de mulheres e negros. É fato que a Academia tem se esforçado nos últimos anos para reverter essa anomalia, mas não temos NENHUMA mulher e NENHUM negro indicados a melhor direção, sem falar que TODOS os indicados a melhores atores principais e coadjuvantes são brancos, e coube apenas a Cythia Erivo no filme Harriet, como a única indicada na categoria de melhor atriz!
Outra coisa que chama atenção é o grande número de indicações da Netflix esse ano, num total de 24, distribuídas entre 8 produções. Definitivamente, o ‘streaming‘ está entre nós, e não há mais como ignorá-lo. Dentre as produções, claro que um dos destaques é a indicação de Democracia em Vertigem da diretora Petra Costa concorrendo ao Oscar de melhor Documentário.
Por fim, o principal destaque vai para Coringa com suas 11 indicações, 1917, Era Uma Vez em… Hollywood e O Irlandês, todos com 10 indicações, lideram a disputa dessa edição, mas claro, muitas produções e artistas ficaram de fora da lista final de indicados, mas dessa vez eu vou citá-los dentro da própria categoria.
Então é isso vamos lá:
Roteiro Original
- Rian Johnson - Entre Facas e Segredos
- Noah Baumbach - História de um Casamento
- Sam Mendes e Krysty Wilson-Cairns - 1917
- Quentin Tarantino - Era Uma Vez Em... Hollywood
- Bong Joon Ho e Han Jin Won - Parasita
Além da crítica social, Parasita (minha escolha) é surpreendente há cada instante, com todos os personagens. É a minha escolha e acho que o embate fica entre ele e História de um Casamento, que é excelente, sensível e também merece ganhar.
Roteiro adaptado
- Steven Zaillian - O Irlandês
- Taika Waititi - JoJo Rabbit
- Todd Phillips e Scott Silver - Coringa
- Greta Gerwig - Adoráveis Mulheres
- Anthony McCarten - Dois Papas
Coringa chegou completamente desacreditado depois dos inúmeros fracassos da Warner/DC no cinema e surpreendeu a todos com um filme muito bem escrito. O que gerou milhares de teorias na Internet (e polêmicas também, claro!) sobre sua visão e a interpretação do Joaquim Phoenix. Impecável! É a minha escolha e acho que vai levar!
Efeitos visuais
- Vingadores: Ultimato
- O Irlandês
- O Rei Leão
- 1917
- Star Wars: A Ascensão Skywalker
Mesmo que o trabalho de rejuvenescimento no filme O Irlandês tenha ficado incrível, ainda sim, causou estranhamento para muitas pessoas. Rei Leão e Star Wars tem muita rejeição pelo filme si, então, provavelmente a briga ficará entre 1917 e Vingadores. E eu acho que dá o filme da Marvel e vou ficar bem feliz por isso!
Mixagem e Edição de som
Não tenho como opinar nessas categorias.
Curta-metragem
Não assisti nenhum dois indicados e também tenho como opinar.
Curta-metragem de animação
Só assisti Hair Love e Kitbull. Estou torcendo para Kitbull, o restante eu não posso opinar.
Design de produção
- O Irlandês
- JoJo Rabbit
- 1917
- Era Uma Vez Em... Hollywood
- Parasita
Categoria acirradíssima, e com estilos muito distintos entre si, acho que dá o filme do Tarantino com a sua Los Angeles dos anos 60. Excelente trabalho, mas não me surpreenderia se Parasita ganhasse.
Canção original
Dos 5 indicados, eu só assisti Toy Story 4, Harriet e Rocketman. Pra mim quem vence é (I’m Gonna) Love Me Again de Rocketman, e é a minha favorita também.
Trilha sonora original
- Coringa
- Adoráveis Mulheres
- História de um Casamento
- 1917
- Star Wars: A Ascensão Skywalker
Não é uma categoria forte, mas que vence é o Coringa.
Cabelo e maquiagem
- O Escândalo
- Coringa
- Judy - Muito Além do Arco-Íris
- Malévola - Dona do Mal
- 1917
Impressionante como a Charlize Theron ficou IDÊNTICA a ex-âncora da Fox News, Megyn Kelly no filme O Escândalo. Parecia que ela tinha usado uma prótese, mas é tudo maquiagem mesmo!
Filme em língua estrangeira
- Corpus Christi
- Honeyland
- Os Miseráveis
- Dor e Glória
- Parasita
Apesar de eu adorar Dor e Glória, Parasita leva de barbada esse prêmio, mesmo porquê eu não acredito que deva levar o prêmio de melhor filme.
Esnobado
O filme A despedida merecia uma indicação nessa categoria. Uma história doce, sensível, divertida e muito emocionante.
Montagem
- Ford vs Ferrari
- O Irlandês
- JoJo Rabbit
- Coringa
- Parasita
A briga nessa categoria fica entre Ford vs Ferrari e O Irlandês. Ambos são ótimos, mas acho que vai rolar um prêmio de consolação para Ford vs Ferrari. Pesando contra O Irlandês, o fato de ser um filme da Netflix (Que a Academia ainda torce o nariz!) e suas mais de três horas de duração.
Documentário em curta-metragem
Não assisti nenhum dois indicados e também tenho como opinar.
Documentário em longa-metragem
Só assisti Indústria Americana e Democracia em Vertigem, e claro, estou torcendo para o filme brasileiro, mas acho que o documentário produzido pelos Obama’s é que levará o prêmio.
O filme é ótimo também e mostra o choque de culturas tão distintas de forma sensível e verdadeira.
Direção
- Martin Scorsese - O Irlandês
- Todd Phillips - Coringa
- Sam Mendes - 1917
- Quentin Tarantino - Era Uma Vez Em... Hollywood
- Bong Joon Ho - Parasita
Aqui vale fazer um protesto sobre a incoerência de termos 9 indicados como melhor filme do ano, e só 5 diretores concorrem ao prêmio. Além disso, aqui temos algumas ausências:
- Greta Gerwig (Adoráveis Mulheres) – posso não gostar pessoalmente da linha do seu trabalho, mas ainda sim, acredito que ela merecia uma indicação.
- Lulu Wang (A despedida)
- Lorene Scafaria (As golpistas)
- Marielle Heller (Um lindo dia na vizinhança)
Sam Mendes de 1917 deve levar pela complexidade logística e inovação técnica de soluções para criar o seu filme praticamente em plano-sequência.
Figurino
- O Irlandês
- JoJo Rabbit
- Coringa
- Adoráveis Mulheres
- Era Uma Vez Em... Hollywood
Bem casado com design de produção, o figurino de Era uma vez em… Hollywood nos transporta numa viagem no tempo.
Fotografia
- O Irlandês
- Coringa
- O Farol
- 1917
- Era Uma Vez Em... Hollywood
Mais uma barbada dessa edição. Roger Deakins depois de ser injustiçado no Oscar por tantas vezes, começa a recuperar o tempo perdido. 1917 é uma obra-prima de fotografia.
Outro excelente destaque é o filme claustrofóbico O Farol.
Animação
Pela primeira vez eu não assisti a nenhum filme! o.0
Ator coadjuvante
- Tom Hanks - Um Lindo Dia na Vizinhança
- Anthony Hopkins - Dois Papas
- Al Pacino - O Irlandês
- Joe Pesci - O Irlandês
- Brad Pitt - Era Uma Vez Em... Hollywood
Uma das categoria mais acirradas dessa edição. Destaque para o belíssimo trabalho do Tom Hanks em Um lindo dia na vizinhança, mas acho que vai dar Brad Pitt. Sinceramente, eu realmente não consigo entender o ‘hype‘ do filme Era uma vez em… Hollywood. (TRETA!!!)
Atriz coadjuvante
- Kathy Bathes - O Caso Richard Jewell
- Laura Dern - História de um Casamento
- Scarlett Johansson - JoJo Rabbit
- Florence Pugh - Adoráveis Mulheres
- Margot Robbie - O Escândalo
Eu tenho outra opinião polêmica para essa categoria: acho que vai dar Laura Dern no ótimo filme História de um casamento, mas não acho o seu trabalho memorável. Ela tem uma cena que ela tem uma fala muito empoderada e isso lhe deu a sua indicação. Pra mim, ela interpreta a mesma personagem da série Big little lies!
O fato de mensagens importantes que precisam ser ditas e mostradas ao mundo, não garante bons filmes e interpretações. Esse é o caso da Laura Dern. De qualquer forma eu estou torcendo para Margot Robbie em O escândalo.
Esnobada
Quem ficou de fora dessa lista foi a Jennifer Lopez no filme As golpistas.
Atriz
- Cythia Erivo - Harriet
- Scarlett Johansson - História de um Casamento
- Saoirse Ronan - Adoráveis Mulheres
- Charlize Theron - O Escândalo
- Renée Zellweger - Judy: Muito Além do Arco-Íris
Outra categoria acirrada. A Renée Zelweger deve levar pela incrível transformação que precisou fazer para o papel, e a Academia adora isso!
Eu acho que o filme a prejudica muito por não entregar algo mais profundo, e nesse quesito, a Charlize Theron do filme O escândalo tem muito mais substância para entregar, pois o filme é muito melhor.
Minha torcida nessa categoria é para Scarlett Joahansson do filme História de um casamento. Ela sim se entrega uma interpretação sensível, poderosa e dramática, justamente por ter um ótimo roteiro para atuar.
Esnobadas
Injustificável a Lupita Nyong’o não ser indicada nessa categoria. O que ela faz com a voz e a fisicalidade no filme Nós é inacreditável. Outra esnobada foi Awkwafina no filme A despedida.
Eu trocaria qualquer uma no lugar da Saoirse Ronan. Sinceramente eu não sei como ela tem 4 indicações de melhor atriz (1 coadjuvante e 3 principais). Acho ela absurdamente superestimada! (Outra treta!!!)
Ator
- Antonio Banderas - Dor e Glória
- Leoardo DiCaprio - Era Uma Vez Em... Hollywood
- Adam Driver - História de um Casamento
- Joaquin Phoenix - Coringa
- Jonathan Price - Dois Papas
Outra categoria acirrada, mas ainda sim, é barbada. Joaquim Phonex fez o impossível: criar um novo Coringa depois do Heath Ledger. Ele é uma dos melhores atores da atualidade e ver a sua entrega para fazer esse papel é incrível.
Esnobado
Como assim no ano passado premiam Rami Malek como melhor ator e não indicam Taron Egerton por Rocketman??? Inaceitável!!!
Filmes esnobados
- Nós - Apesar de eu não curtir o estilo de filmes do Jordan Peele, reconheço o seu talento, e claro, a sua assinatura na direção.
- Aladdin - Nem vou falar que esse 'live action' não chega nem aos pés da animação original de 1992 e vou me concentrar apenas no fato de não ter sido indicação como melhor figurino. Por mim, Aladdin roubaria a vaga de Adoráveis Mulheres fácil!
- O Relatório - Outra esnobada (mas não muito!) da Academia foi a não indicação do Adam Driver para o bom filme O relatório.
- Joias Brutas - O filme é frenético, bizarro e com uma interpretação genial do Adam Sandler. Infelizmente, ainda há muito preconceito em reconhecer atores genuinamente de comédias fazendo filme de drama.
- As Golpistas - Jennifer Lopez simplesmente arrasa no personagem, e não vê-la indicada só nos faz crer que é pelo fato de fazer o papel de uma stripper golpista! Não há outra explicação!
- Meu Nome é Dolemite - Eddie Murphy sobre o mesmo problema que o Adam Sandler, que entregou uma interpretação icônica, mais uma vez!!!
- Rocketman - A ressaca da indicação e premiação de Rami Malek em Bohemian Rhapsody em 2019 resvalou no excelente trabalho do Taron Egerton interpretando Sir Elton John! Inexplicável a sua ausência. Por mim ele ocuparia a vaga do Jonathan Price.
Indicados mas são decepcionantes!
- O Rei Leão - O que dizer? Um filme vazio, sem emoção e tecnicamente realista e que não valeu o ingresso! A maior decepção do ano e talvez da década!
- Star Wars: A Ascensão Skywalker - Esse filme é ruim por inúmeras decisões erradas de diretores que não pensaram em nenhum minuto em criar uma trilogia. Um queria lacrar e outro só se dedicava ao ‘fan service‘ irracional! O resultado é um filme que desperdiça o legado de uma das maiores franquia da história do cinema!
Indicados que são ok
- Toy Story 4 - Desnecessário como premissa, mas ainda sim diverte e emociona.
- Harriet - Esse é um daqueles filmes biográficos de pessoas espetaculares, mas que entregam apenas um recorte raso de suas histórias. O que a Harriet Tubman fez foi simplesmente heróico, mas o que vemos na tela foi apenas ok. Uma pena!
- Richard Jewell - Baseado em fatos, esse filme tem o jeitão do Clint Eastwood de dirigir filmes, devagar e sem pressa pra contar boas histórias. O resultado é um filme muito interessante e peculiar no que se refere às características dos personagens. Destaque para o ator Paul Walter Hauser que faz o protagonista com todos os seus maneirismos e fisicalidades do personagem.
- Adoráveis Mulheres - A conhecida história é mais uma vez adaptada e que agora ganha uma versão mais “moderna”. A tentativa de deixar o filme mais inovador nesse sentido peca numa montagem confusa, onde o público acaba se perdendo entre as linhas de tempo. Sinceramente eu não entendi a indicação da Florence Pugh como melhor atriz coadjuvante no Oscar.
- Judy - A vida de Judy Galard foi um drama só, mas pouco explorado no filme. O foco foi apenas nos momentos finais antes de sua morte, quando ela fez uma turnê em Londres uns seis meses antes. Claro, o filme pincelou momentos que mostrava o quanto ela foi manipulada com uso de drogas para melhorar a performance, mas isso nem fica muito claro. E por fim, a performance da Renée Zellweger é também ok, o que se destaca nela mesmo é a fisicalidade, mas quando o assunto é cantar, ficou muito claro a dublagem, e isso comprometeu o resultado final da personagem.
- O Farol - Incríveis interpretações, mas não é uma obra tão profunda da loucura. Tecnicamente tem qualidades de sobra na fotografia.
- Era Uma Vez Em… Hollywood - Desde o anúncio eu fiquei com o pé atrás desse filme. Nunca entendi a motivação do Tarantino em criar uma história que caminhasse em paralelo com o assassinato brutal da atriz Sharon Tate pela “Família Manson” e confesso que fiquei preocupado. Eu não entendi antes, e continuei sem entender depois de assistir o filme. Não entendi a sua mensagem. Ok, o filme é tecnicamente perfeito. De fato, Tarantino está afiadíssimo e mais maduro que nunca, mas o meu sentimento quando os créditos subiram foi: “Esse filme é mesmo do Tarantino?” Não posso dizer que o filme em si é uma decepção, mas não consigo dar mais do que “Ok” pra ele!
Bons filmes indicados
- Um lindo dia na vizinhança - Nos 30 primeiros minutos eu estava me comportando como o personagem Lloyd Vogel e estava achando o Mr. Rogers insuportavelmente bomzinho! E assim como o jornalista, eu fui pego pela magnífica interpretação do Tom Hanks com um personagem encantador, sublime e irresistivelmente fofo!
- Dois Papas - Filme chapa branca, mas ainda sim aborda temas bastante complexos e delicados da Igreja Católica. Muito se deve pelo próprio Papa Francisco e o seu papado de resgate. Ótimas interpretações de ambos os atores.
- Jojo Rabbit - Uma sátira bastante criativa sobre o Nazismo sob a óptica de uma criança. O filme tem uma montagem e edição bastante afiada, controlada pela mão do diretor Taika Waititi. Mesmo assim, o filme tem dificuldade em dosar os momentos dramáticos costurados pelo humor. Quem rouba a cena é o jovem ator Roman Griffin Davis, que interpreta o JoJo. A indicação da Scarlett Johansson como melhor atriz coadjuvante foi exagerada.
- O Escândalo - Um filme importantíssimo sobre assédio sexual nos ambientes corporativos, que entregou um trio de excelentes interpretações se suas personagens femininas.
- Dor e Glória - Mais um filme do Pedro Almodóvar de muita sensibilidade, intimidade e sinceridade. Valeu realmente a interpretação do Antonio Bandeiras.
- Ford vs Ferrari - Gosto filme, mas definitivamente não merece estar entre os indicados a melhor filme, a não ser que Rocketman estivesse entre eles!
Indicados que eu gostei muito
- História de um Casamento - Um texto primoroso, com diálogos sensíveis, envolventes e poderosos. A indicação de Adam Driver, Scarlett Johansson elevaram o sarrafo das interpretações no mais alto nível!
- Rocketman - Não há como assistir Rocketman e não compará-lo ao Bohemian Rhapsody. E ao fazê-lo, logo percebemos que essa é o melhor filme biográfico sobre artista da música recente! No filme, Taron Egerton canta, dança e entrega um Elton John que o próprio Elton John aprova! E tudo isso sem passar pano pra nenhum tema complicado da vida do artista! O que nos resta é torcer para vencerem a categoria de melhor canção com a música: (I’m Gonna) Love Me Again.
- Vingadores: Ultimato - Ao contrário de Pantera-Negra, “Ultimato” ficou de fora dos indicados a melhor filme. Mesmo com o enorme desafio técnico de roteiro que tinha a obrigação de fechar a saga de 10 anos da Marvel depois de “Guerra Infinita” não foi suficiente para a sua indicação. Uma pena, restou apenas os efeitos visuais, onde tudo pode acontecer!
Filmaços!!!
- 1917 - E por falar em desafio técnico, 1917 é um GIGANTE! Do começo ao fim eu pensei comigo mesmo: “Como esse cara fez essa cena?”, isso sem falar na espetacular fotografia de Roger Deakins. O roteiro é bastante simples, porém, muito preciso. Não emociona tanto quanto imaginei sobre um filme de guerra, mas mesmo assim, nos importamos com a saga do Blake e Schofield para levar a mensagem até o Coronel MacKenzie.
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O Irlandês - Outro desafio no Oscar desse ano foi do diretor Martin Scorsese. Criar um filme que tinha como missão cobrir anos da vida do Frank “Irlandês” Sheeran e ao mesmo tempo reunir os astros Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci. O resultado é um filme que reinventa o gênero de filme de máfia que o próprio Martin Scorsese é especialista (com o seu “Os bons companheiros”) e entrega um filme de 3 horas e meia passaram sem percebermos. Uma obra-prima!!!
Esnobado
Não consigo entender a ausência de Robert de Niro como melhor ator. Seu papel é extremamente difícil e diferente de tudo que ele já fez. Incompreensível!
- Coringa - Que Joaquin Phoenix é um dos melhores atores da atualidade, todo mundo já sabe. Mas reinventar um Coringa do jeito que ele fez, ninguém imaginava. Outra coisa que ninguém imaginava era que o diretor Todd Phillips conseguiria 11 indicações e bater todos os recordes de bilheteria, somando mais de 1 bilhão até agora!!! O que vemos em tela é um filme completamente envolvente, que provoca várias teorias e que fica conosco mesmo depois de sair do cinema. Espetacular!!!
- Parasita - Intrigante, cheio de detalhes e com uma trama imprevisível, Parasita nos envolve do primeiro ao último quadro sem dar descanso. Com um roteiro afiadíssimo, você simplesmente não consegue parar de assistir para ver até onde vai a ambição daquela família. Tecnicamente o filme tem um design de produção onde somos transportados para aqueles ambientes de forma muito realística. O ambiente da família pobre, com uma casa complemente apertada, insalubre e totalmente desestruturada. Já a casa da família rica é super arejada, com ambientes amplos, completamente moderna e muito acolhedora. Destaque para a interpretação do patriarca da família pobre, o ator Kang-ho Song que faz o Kim. Um chefe de família pilantra, apesar de muito inteligente e capaz. Ele é constantemente humilhado por conta do seu cheiro (de pobre!) ao longo do filme e isso será determinante para o desfecho da trama! Com temas sociais delicados e super atuais, Parasita consegue o feito de ter 6 indicações, mesmo sendo um filme de língua não inglesa, e nos presenteia com o filme mais surpreendente de 2019!
Resumo final
Mesmo com o maior número de indicações, acho bem difícil que Coringa se sagre vencedor. Há muito debate polarizado sobre a glamourização da violência e da sociopatia.
Sobre O Irlandês pesa o fato de ser uma produção de ‘streaming‘, ainda com o debate bastante acalorado sobre se é o não cinema, fora o tamanho do longa.
Parasita possui grande força, mas ainda sim, acho muito improvável que vença. O questão da língua não inglesa é uma grande barreira para a Academia, afinal, o Oscar é uma celebração do cinema de Hollywood!
Dessa forma eu acho que a Academia vai ficar entre 1917 e Era uma vez em… Hollywood.
O primeiro por ser um clássico de premiações de filmes do gênero de guerra. Ainda mais com o enorme desafio técnico de filmar como se fosse tudo um grande plano-sequência e da grande dificuldade da maravilhosa cinematografia (fotografia) de inúmeras locações externas, influenciadas pelo clima e tempo.
Já Era uma vez em… Hollywood parece ser o Oscar da vez do Tarantino, tão injustiçado em edições anteriores como em Pulp Fiction e Bastardos Inglórios, principalmente pelo fato de focar num tema da própria Hollywood, e ser bem menos violento do que o habitual!
Por isso acho que Era uma vez em… Hollywood vencerá, mas a minha torcida está no Parasita!
Vai que acontece! 🙂