Pagando uma dívida com o Café 22!

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Ao mestre com carinho!

Roney B, controlando os slides numa das apresentações no Café 22
Foto por @BrunoFontes – http://www.flickr.com/photos/brunofontes/4305448970/

Quando eu estava no então chamado “segundo-grau” na década de noventa, eu tinha muita dificuldade com a matéria de física. Me lembro que eu nunca sabia a diferença entre Watts e Volts ou até mesmo Joules!!! Na época, eu me enrolava muito com as fórmulas e invariavelmente ficava com nota abaixo da média. É justo nesse momento que entra em cena o meu professor Jorge Bronzo e enfim, minha visão sobre a matéria mudou radicalmente e eu fui aprovado aos 45º do segundo tempo!

Lembro perfeitamente que ele percebeu que eu fazia parte de dois grupos de amigos da minha sala. O primeiro, da galera “da cozinha”, que só queria saber de conversar e matar o tempo. E o segundo grupo era dos CDFs (sim, naquela época ninguém os chamavam de NERDs!!!) mas que eram bons de bola também! Então quando eu estava no início do segundo ano ele disparou: “camarada, ou você pula para o grupo dos caras que sabem tudo e corre atrás do conhecimento, ou então você vai repetir de ano e eu não vou te aliviar!

Mas o mestre Jorge não só me pressionou na parede como à partir daí me inseriu em tudo quanto foi atividade científica e cultural que rolava no colégio. Começou com a “Semana das Artes” (SEMART), onde rolou pintura, música e teatro e culminou na temida “Feira de Ciências” que estreava justamente naquele ano. Claro que eu não quis participar, mas ele mais uma vez me pressionou e eu fiz um trabalho sobre Meteorologia Aeronáutica e fiquei em 6º lugar geral no colégio entre 130 projetos.

No ano seguinte, peguei gosto pelas atividades e ele me colocou como braço direito na organização dos mesmos eventos e eu acho que nunca trabalhei e estudei tanto na minha vida como no meu último ano de estudante e tenho CERTEZA que parte da minha personalidade foi traçada no empenho desse mestre! Ainda voltei dois anos depois de formado ao colégio como membro da banca julgadora, mas aí eu casei e perdi o contato.

Eu contei tudo isso para dizer o quanto eu valorizo o professor! E não só aqueles que estão numa escola. Para mim, qualquer pessoa que pode transmitir um conhecimento de forma a facilitar o entendimento de quem ouve, para mim é professor. Eu inclusive  tive a sorte de trabalhar no “GPI“, instituição referência em educação no Rio de Janeiro e convivi com seus inúmeros professores e aprendi muito com cada um deles. Tive diretores, gerentes, supervisores não só no GPI, mas ao longo da minha carreira, que foram verdadeiros mestres e sempre pago o crédito pelos seus ensinamentos quando uso o que aprendi.

O meu ex-gerente, que já é falecido, “Hélio Galliet” falava sempre uma frase para mim que eu nunca esqueci e hoje cai bem no contexto desse artigo: “Ninguém é tão pequeno que não possa ensinar, nem tão grande que não possa aprender”. Sábias palavras não é mesmo?

Evento "Sou mais Web" sobre TwitterAprendizado pelo processo de colaboração

Enfim, o tempo passou e eu cheguei na Internet e conheci muita gente boa. Comecei como mero designer gráfico querendo aprender HTML e me joguem nos foruns pela web! Queria estudar CSS para tirar o sublinhado dos links e esbarrei com os blogs. Tentei me aprofundar em Webstandard e surtei com as redes sociais digitais. Cada vez mais conhecia pessoas, e a troca foi inevitável! E foram justamente em três eventos do tipo “encontros de pessoas” que a minha carreira na web realmente mudou!

O primeiro foi o “Encontro Webdesign” da Arteccom com as incríveis palestras de profissionais como Luli Radfaher de explodir a cabeça! Depois, já na época das redes sociais foi o evento “Sou mais Web” que o mestre Nino Carvalho (na época da FACHA) organizava para gerar discussão sobre o mercado no curso de pós-graduação da faculdade. Um verdadeiro sucesso!! E por fim, o terceiro nasceu justamente de conversas nos intervalos do “Sou mais Web” como conceito. E aí o Café 22 enfim surgiu! E é dele que eu vou falar hoje!

Logo Café 22

Para quem não conhece, o Café 22 é um evento colaborativo e tem 3 horas de duração com palestras de 15 minutos. Segundo a organização a ideia é ser “inspirador como o TED, informativo como o Sou+Web, moderno como o Descolagem, divertido como o Luluzinhacamp e interativo como o Barcamp“. Dessa forma qualquer pessoa pode se apresentar. E foi na edição de abril de 2010 eu perdi a minha virgindade como palestrante e apresentei o tema “Somos muito iguais por sermos tão diferentes” sobre o meu filho Nicolas que tem a Síndrome de Asperger. O tema não podia ser mais desafiador e confesso que lacrimejei no final. Assista o vídeo abaixo e confirme:

3 meses depois eu perdi o medo de falar em público novamente (Apesar de estar visivelmente nervoso na primeira vez), e levei o tema “GTD: Como organizar seu tempo e atingir suas metas de trabalho” e nunca mais parei. Por causa desse evento eu comecei a palestrar com mais freqüência em vários lugares e hoje tenho o meu canal de cursos online no Edukee, já participei de podcats sobre o assunto, virei colaborador do Carreira Solo/Fala Freela e recentemente lancei o treinamento de produtividade com GTD para empresas chamado “Foca no Trabalho“. Ou seja, se não fosse o Café 22, talvez eu nunca seria palestrante.

Então, nada mais justo agradece imensamente à todos os amigos da organização do Café 22, em especial à Maffalda, ao Roney, Claudia Mello, Bia Quadros e Claudia Simas. Vocês possuem espaço cativo no meu coração e merecem todo o crédito por parte das minhas conquistas atuais. Deixo um grande abraço em todos, e confesso que estou morrendo de saudades de vocês e de nossos altos papos. Espero que esse artigo sirva não só como homenagem, mas também como um grande “start” para a nova edição do Café 22. Quem sabe eu palestro por lá mais uma vez!

Abraços e até o próximo artigo!
😉


Disclaimer

Esse texto foi inspirado no vídeo do artigo do Renê de Paula Jr. para o Webinsider intitulado”Você não é só que você compartilha“, onde ele conta que não acredita na forma efetiva de troca de conhecimento pelo compartilhamento nas redes sociais, em especial, no Facebook.

Apesar de eu entender que o modelo de negócio do Facebook é centrado nos anúncios, ainda sim, eu acredito que aprendo muito com as pessoas que eu sigo e precisei compartilhar esse sentimento com todas elas!